Livro A Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção

O Museu da Casa Brasileira lançará o livro A Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção, do arquiteto João Filgueiras Lima.

O Museu da Casa Brasileira lançará o livro A Arquitetura de Lelé: fábrica e invenção, do arquiteto João Filgueiras Lima.

 

A obra traz uma farta documentação de sua produção no CTRS e apresenta inicialmente um painel cronológico das centenas de obras de Lelé, elucidando o processo de racionalização do canteiro presente na trajetória do arquiteto, em sua série de fábricas implantadas ao logo dos anos. Em destaque na publicação, estão os sistemas e tecnologias desenvolvidos para a construção de passarelas que marcam a paisagem da cidade de Salvador; hospitais e centros de reabilitação do aparelho locomotor em diversas capitais; e a sede em várias cidades do Tribunal de Contas da União, construídas entre 1992 e 2010, na penúltima fábrica do arquiteto, a do Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS) – o nome Sarah é uma homenagem à esposa do presidente Juscelino Kubitschek.

Idealizada e criada inicialmente pelas conversas entre Lelé e o médico ortopedista Aloysio Campos da Paz, com a colaboração efetiva do economista Eduardo Kertész e do antropólogo Roberto Pinho, as unidades da Rede Sarah são uma experiência pioneira em busca de um modelo hospitalar de atendimento público exemplar para tratamento do aparelho locomotor. Trata-se de uma solução de excelência, que atendeu inicialmente a região de Brasília e, depois, outras cidades do país como Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Goiás, Macapá, Maceió, Natal, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e Vitória.

As unidades da Rede Sarah representam um exemplo quase único da utilização da arquitetura e do design como parte integrante e fundamental na implantação da nova proposta de atendimento hospitalar, salientando o aspecto interdisciplinar que embasa a concepção do ato de projetar para Lelé.
A continuidade desta experiência se deu com a criação do CTRS em Salvador para a construção de outros hospitais, iniciando com a unidade local. Através de pesquisas para o uso de argamassa armada, metalurgia, marcenaria com aglomerados e compensados, e injeção de plástico, houve consequente refinamento tecnológico. Foram evoluindo os sistemas de ventilação e iluminação natural com os diferentes sheds desenvolvidos para as coberturas, dutos de captação de ar com refrigeração através de pulverização de água, e estabelecimento de sistemas mistos de ventilação adaptados aos locais de implantação das unidades.

“O CTRS foi a experiência mais longa de um processo de fabricação unindo projeto e produção desenvolvido por Lelé. O Centro esteve ativo de 1992 a 2009 e contou com a base dos conhecimentos tecnológicos adquiridos nas décadas anteriores”, explica Max Risselada.

Também Giancarlo Latorraca destaca a visão pioneira e particular que caracterizam o trabalho de Lelé e constituem seu mais importante legado para a construção brasileira. “Sua arquitetura de fabricação serial contribui para a construção de uma nova espacialidade adequada ao homem e ao ambiente, integrada corretamente à paisagem e seu contexto sociocultural”, escreve Giancarlo na apresentação do livro. E acrescenta: “Lelé transita com naturalidade desde a complexa concepção construtiva de grandes espaços ao simples detalhe de um componente”.

Serviço

A Arquitetura de Lelé: Fábrica e Invenção
244 páginas (R$ 120)
Data: 24 de maio, terça-feira, às 19h30
Palestra Max Risselada e Lelé, a partir de 19h30
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano
Tel. 3032-3727
Acesso a portadores de deficiência física.

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