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Construção civil necessita de maior integração

As empresas do setor da construção civil atuam como redes colaborativas, mas de forma ainda não coordenada deixando, portanto, de obter ganhos de escala e escopo. Esta é a conclusão da pesquisadora Flávia Vancim Frachone Neves, em sua tese de doutorado defendida na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.As redes colaborativas criam uma relação empresarial, integrando competências essenciais de cada empresa, para executar projetos de interesse comum.

Segundo a pesquisadora, a falta de estruturação e organização destas redes durante a execução de uma obra faz o setor perder dados relevantes que poderiam servir de apoio à tomada de decisões futuras.

No seu mestrado, defendido na EESC em 2007, Flávia havia proposto o modelo de requisitos e componentes técnicos para formação de redes entre empresas da construção civil.

Já no doutorado, em 2011, ela estudou a aplicabilidade do modelo anteriormente proposto. Por isso, o objetivo do trabalho foi detectar e avaliar os requisitos necessários para a formação de redes colaborativas entre empresas do setor da construção civil.

Para isso, foram selecionadas sete empresas do ramo, nas quais foram entrevistados gestores e engenheiros coordenadores de obras e, em alguns casos, foram feitas visitas a canteiros e análise de documentos como cronogramas de acompanhamento das obras.

“O critério para seleção das empresas foi não restringi-las apenas ao estado de São Paulo. Busquei empresas que atuassem regional e nacionalmente e que tivessem diferentes portes”, explica.

A partir das observações, um dos fatores que chamaram a atenção foi o alto nível de insatisfação das empresas com seus parceiros (projetistas ou fornecedores de material e mão de obra), o que, surpreendentemente, não interfere na manutenção da parceria.

“Há certa acomodação e receio das empresas. Eles dizem que são parceiros de longa data para justificar manutenção dos acordos. Além disso, na maioria das vezes não há relação contratual entre empresa e subcontratadas”, afirma.

Seria preciso, portanto, estruturar e coordenar esta relação para aumentar o comprometimento com a obra e, por conseguinte, elevar a satisfação devido à melhora na qualidade das relações de mercado.

Via: Agência USP de notícias

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