A arte urbana transforma as capitais do mundo inteiro em autênticas galerias a céu aberto. São manifestações artísticas feitas clandestinamente que alertam para a degradação dos espaços públicos.
Foi a degradação dos painéis de azulejo que inspirou um estudante português de História da Arte a desenhar réplicas de papel que são coladas nas paredes e caixas de electricidade pelas ruas de Lisboa.
Os chamados Pixelejos, criados por Tiago Tejo, são reproduções em papel de padrões clássicos, característicos da azulejaria portuguesa. A diferença é que são feitos em papel.
“Comecei a reunir informação sobre azulejos antigos e juntei isso à arte do píxel, forma de arte digital, que já me interessava desde a infância”. Fazer um pixelejo chega a demorar dois dias: “Pinto os quadradinhos no computador consoante o padrão de azulejo que quero fazer, imprimo-os, corto e colo onde quiser.”
“Comecei a interessar-me pelo azulejo e percebi que podia desconstruir aquilo em píxeis”, explica Tiago. Em menos de uma hora, ergue-se um painel de 54 pixelejos em uma parede. “Ponho cola na parede e depois em cima, como num cartaz político”, explica.
O projeto concebido por este artista urbano tem a particularidade de associar uma forma de arte muito portuguesa às novas tecnologias digitais.
Tal como azulejo deriva da palavra árabe “al zulej” que significa pedra lisa e polida, a palavra inventada por Tiago Tejo deriva de píxel + azulejo que significa a forma digital que um azulejo tem quando feito em computador.
O primeiro “pixelejo” que Tiago Tejo criou foi uma réplica de Bordalo Pinheiro dos finais do século XIX e inícios do século XX.
Hoje muitos amigos de Tiago têm as casas decoradas com estes azulejos de papel. Mas só amigos, porque Tiago não os vende. No Facebook, há cada vez mais interessados no Pixelejo e a página diponibiliza uma base de dados de fotografias dos trabalhos e das exposições realizadas.
Mais informações:
http://www.facebook.com/pixelejo
http://twitter.com/pixelejo
