Movimento de terra: Normas Gerais Para Execução 2

Escoramentos

As paredes das cavas de fundação deverão  ser escoradas quando a coesão do terreno for  insuficiente para  manter os cortes aprumados ou quando aquelas forem muito profundas.

O tipo de escoramento deverá ser escolhido de acordo com as condições  apresentadas em cada caso.

Nos terrenos de pouca coesão (argilas, areias ou aterros recentes), deverá ser prevista uma proteção resistente às pressões laterais do solo, fundações vizinhas, pressão d’água e impermeabilidade à sua massagem. Todo o cuidado deverá ser tomado a fim de serem evitadas modificações nas estruturas de prédios vizinhos.

O tipo  de escoramento depende da natureza do terreno, podendo ser executado de diversas formas:

1.     Estacas-Prancha de Madeira

Será efetuado pranchas cravadas verticalmente, unidas ou ligeiramente afastadas, conforme a  natureza do terreno escavado, e travadas nas alturas convenientes, de forma a não embaraçar a ação dos operários.

Atingida a profundidade  de cerca de 2.00 m, as pranchas serão escoradas horizontalmente.

2.    Estacas-Prancha de Aço

Serão cravadas observando o mesmo processo descrito para o item anterior.

3.    Escoramentos Mistos

O escoramento será feito com perfis de aço com secção em duplo “T”, convenientemente espaçados e em cujos  intervalos,  serão encaixados  pranchões de madeira.

4.     Estacas de Concreto

O escoramento com estacas de concreto será  feito, com cortina de estacas de concreto, moldadas no local, convenientemente dimensionadas para resistirem aos esforços solicitantes, respaldadas por cinta de concreto armado que se apoiará em escoamento provisório adequado.

Aterros e Reaterros

Os trabalhos de aterros e reaterros deverão ser executados com  material  escolhido, de preferência solo arenoso, sem detritos vegetais, em camadas sucessivas de 20 cm, devidamente molhadas e apiloadas, ou mecanicamente,  a fim de serem evitadas ulteriores fendas, trincas e desníveis em virtude de recalque nas camadas aterradas.

Adotrar-se-á igual método para todas as áreas remanescentes das fundações, onde se tornar necessária a regularização do terreno.

Se houver escoramento de terra,  conforme mencionado no item E.25.05.25, este  deve ser retirado gradativamente, à medida em que o reaterro for progredindo e nunca de uma só vez.

Estes serviços somente são feitos como concluídos quando o reaterro compactado atingir o nível atual do piso, com ou sem pavimentação, e não apresentar ondulações ou depressões, no sentido  transversal.

Caso surjam depressões após decorridos alguns dias da sua  conclusão ou quando submetido a tráfego de veículos, significa que o reaterro não foi executado de acordo com estas especificações, devem ser tomadas  as providências necessárias, refazendo-se total ou parcialmente os serviços.

O excesso de terra pode ser descarregando em lugares indicados pela Fiscalização, ou entregue a terceiros. No caso, porém, de ser o material aproveitado para aterro, várias providências devem ser tomadas:

a) A terra não deve ser depositada sobre vegetação, principalmente em  terrenos de forte declividade, visto que a vegetação passa a se constituir em objeto de separação entre o terreno natural e o aterro, o que é inconveniente.

b) Nestes casos, para que o aterro não corra, á necessário, além  da capina, fazer pequenas escavações, que se constituem em verdadeiros degraus entre duas camadas.

c) As águas pluviais devem ser  encaminhadas de modo que não escoem  por cima do aterro, pois as  enxurradas transportam com facilidade a  terra ainda  não consolidada. O aterro deve ser protegido com valetas ou sarjetas, levantando-se a crista para o necessário desvio das águas pluviais.

d) Em geral, o aterro deve ficar com seu talude natural. Nas cidades, porém, isto é  quase impossível, sendo indispensável construir um muro de  arrimo, diminuindo assim, a declividade da terra.

Compactação de Solos

Todas as áreas a serem aterradas ou reaterradas, serão previamente compactadas ou escareadas, de acordo com a natureza do solo, para  receber a nova camada de terra.

A terra a ser usada, da mesma origem existente (resposta) ou de  curta procedência, terá boa qualidade e será livre de matéria orgânica ou vegetais, dando-se preferência à argila-arenosa.

1. Os aterros e/ou reaterros, independentemente de de área e volume, serão  executados em  camadas com espessura máxima de 20 cm de terra empolada.

Cada camada cobrirá uniformemente toda a  área, após o que se iniciará a compactação. Esta compactação (mecânica), camada por camada, será executada juntamente com o umedecimento total da terra. Este umedecimento não poderá provocar encharcamento ou lama.

2. Quando os aterros e/ou reaterros forem executados junto a prédios vizinhos,  muro de arrimo, cortinas de concreto ou taludes existentes, a compactação não poderá ser pelo processo de soquetes, por provocar fortes vibrações que ocasionarão abalos ou solapamentos nos prédios vizinhos e terrenos limítrofes.

3. Quando houver escoramento provisório, a remoção das escoras acompanhará o desenvolvimento progressivo da compactação.

4. Após a conclusão destes serviços não poderá haver depressões ou ondulações. A área, em toda a sua extensão, será plana, acompanhando o nível atual do  terreno, em caso de reaterro ou atenderá às novas cotas altimétricas, quando se tratar de aterro.

5. Em qualquer das circunstâncias,  a compactação deverá atingir 95% do Proctor Normal. Para confirmação da observância desta forma, a Fiscalização recolherá amostras e procederá aos testes necessários.

6. Somente será aceita a compactação mecânica, independentemente do volume ou dimensões da área de aterro ou reaterro, visto que existem diferentes modelos de compactadores (Wacker ou Bomag), inclusive os que se prestam para compactar reaterros de cavas com tubulações, sem prejuízo das mesmas.

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