Utilizar a terra como material de construção mais sustentável, possibilitar a geração de renda e proporcionar uma atividade terapêutica aos residentes do Projeto Esperança e Vida (PEVI), localizado na área rural de São José do Rio Pardo. Estas três propostas, de caráter social, educativo e ambiental, formam o tripé do Projeto Crescer (Construir e Resgatar com Sustentabilidade a Cidadania e Reinserção Social), desenvolvido desde 2007 pela Universidade São Francisco (USF), por meio do Centro de Estudos Urbanos (CEUr), em parceria com a PUC-Minas (Poços de Caldas). Projeto Sustentável resgata o uso da terra
O projeto, que envolve alunos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, tem por objetivo trabalhar com a arquitetura da terra, por meio de uma construção sustentável a partir dos materiais retirados no próprio local para a produção de tijolos, pintura interna e externa, tratamento de esgoto alternativo e aquecimento solar da água.
A partir da terra são produzidos os adobes (tijolos secos ao sol) e também uma derivação da técnica conhecida como blocos de terra compactada (BTC). “Com isso estamos resgatando uma tecnologia antiga com inovações que podem melhorar o produto”, destaca a coordenadora do Centro de Estudos Urbanos, Professora Glacir Fricke.
Inicialmente foi empregada a casca de arroz como fibra adicionada ao barro para a estabilização do solo na produção dos adobes. A escolha do produto foi em função da grande quantidade descartada por uma empresa de beneficiamento dos grãos próximo à área do Projeto Esperança e Vida. Com base em análises, também foram testadas outras composições como misturas de braquearia, estrume de gado e pequena quantidade de cimento.
Para a produção do material, alunos e professores desenvolvem oficinas de capacitação junto aos residentes do PEVI, que resultaram na construção da Casa de Apoio da entidade. Além de acolher os residentes entre a fase final do tratamento e a inserção na sociedade, a casa concentrará todas as informações sobre o Projeto Crescer e funcionará como centro de referência para a comunidade local, bem como um entreposto para a comercialização do produto.
O Projeto Crescer busca, por meio das oficinas, assim como todo o processo produtivo do adobe e dos blocos de terra compactada, demonstrar aos residentes que a produção desses materiais pode ser um caminho para a sua auto-suficiência. “Um paciente recuperado e com atividade produtiva ecológica e sustentável abre possibilidades para a sua própria inserção social”, complementa a Professora do curso de Arquitetura, Rosana Parisi.
Projeto Esperança e Vida
O PEVI é uma entidade assistencial, sem fins lucrativos, que tem como finalidade a recuperação da dependência química de homens em idade adulta. Criado em 1995, atualmente possui um sítio próprio, denominado Sítio Nossa Senhora das Graças, localizado na Rodovia SP-207, km 3, estrada que liga São José do Rio Pardo a São Sebastião da Grama.
O Projeto atende 30 residentes em fase de recuperação da dependência química. Todos trabalham na lavoura do café (plantação com 8 mil pés), criam porcos e vacas (para ordenha).
Universidade São Francisco
Criada em 1976, a Universidade São Francisco possui quatro campi localizados nos municípios de Bragança Paulista, Campinas, Itatiba e São Paulo. A Instituição reúne 41 cursos de graduação, além de outros 22 de pós-graduação lato sensu, totalizando 12 mil alunos e mais de 560 professores. No campo da pesquisa, a USF conta com três programas de mestrado (Ciências da Saúde, Educação e Psicologia) e um de doutorado (Psicologia).
Instituição comunitária inspirada no carisma franciscano, a Universidade São Francisco destaca-se especialmente no campo do compromisso social. Os programas de inclusão no ensino superior e de concessão de benefícios (PROUNI, EDUCAFRO e outros) viabilizam os estudos de mais de 5.600 bolsistas.
CEUr
O Centro de Estudos Urbanos, ligado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Francisco, fica no Campus de Itatiba. A unidade funciona como um núcleo de desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e extensão. “O CEUr promove a interação entre estudantes, professores, técnicos e a comunidade, com vistas ao aperfeiçoamento e difusão do conhecimento”, explica o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da USF, Professor Fernando Atique
fonte: UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO