Doenças como câncer de pulmão e vários tipos de doenças respiratórias graves, sim, a telha de amianto pode causar todos esses problemas de saúde. O potencial cancerígeno desse material, ainda muito utilizado na construção civil, é comprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A telha aparece inclusive na mesma classificação de risco do cigarro.
Quem trabalha com o produto reclama do cheiro forte e até de dores no estômago. Especialistas afirmam que, de fato, quem trabalha na exploração do amianto e manutenção de telhas e caixas d’água estão mais expostos. Mas se essa fibra é comprovadamente causador de doenças graves porque ainda é tão utilizado?
Segundo a arquiteta Flávia Soares, a preferência por esse tipo de telha está ligada diretamente ao preço, que é mais barato. Contudo, a profissional reforça que o barato pode sair caro: “As telhas podem soltar fragmentos microscópicos de fibras do próprio amianto, potencialmente perigosos quando inalados. Além do risco, para quem trabalha com esse material, esses fragmentos podem ser soltos na atmosfera colocando em perigo a toda comunidade”.
A profissional ressalta ainda que, além de câncer de pulmão, a exposição à telha de amianto pode gerar outra forma de câncer, o Mesotelioma, mais comum em homens: “Esse tipo de câncer praticamente só ocorre em pessoas que lidam com o amianto. Essa doença causa falta de ar, dor no tórax e perda de peso”. Além dos problemas graves de saúde, o amianto também eleva a temperatura. “As telhas absorvem muito calor, dissipado no ambiente”, conta.
A sugestão é utilizar outras opções de materiais que substituem com garantia de conforto térmico e acústico o amianto e não causam males à saúde. “Telhas de cerâmica e de cerâmica vitrificadas, de concreto, fibrocimento, de policarbonato, poliuretano isolante, de materiais reciclados, como papelão e caixinhas tetra park e telhas de vidro são excelentes opções com valores acessíveis”.
Em alguns Estados do país, há leis que já vetam o uso do amianto. Em Minas Gerais, por exemplo, ainda não há nenhuma lei regulamentada. Enquanto o poder público não proíbe o uso desta fibra, o ideal é seguir as dicas e fazer as substituições.