Tipos de Materiais
1. Cimento
Deve ser do tipo Portland e ter procedência aprovada pela Fiscalização, a qual poderá, a qualquer tempo, retirar mostras para testes.
O cimento ensacado, somente será recebido no envasilhamento original da fábrica, sendo em seguida armazenado em local fechado, seco, sobre assoalho de material e em pilhas de no máximo 10 sacos de altura.
Cimento com diferentes datas de recebimento serão armazenados em lotes separados, devendo seu uso respeitar a ordem cronológica de entrada. Em caso algum será usado cimento com mais de 90 dias de sua fabricação.
No caso de abastecimento a granel, o projeto completo de aprovação deve ser previamente aprovado pela Fiscalização.
2. Agregados miúdos e graúdos
Devem ter sua granulação de acordo com o estipulado na EB-4. Poderão ser usados pedregulho, pedra britada ou argila expandida, desde que estejam livres de poeira, pó de britagem, argila ou outras impurezas em quantidades prejudiciais. No caso de se verificar a existência de sinais de graxa, geralmente proveniente de britadores, todo o lote será recusado.
Composição Granulométrica
2.1 – Os agregados miúdos deverão apresentar a seguinte granulação:
DESIGNAÇÃO DAS PENEIRAS
Abertura mm PORCENTAGEM DE MATERIAL QUE PASSA
9.5 –
4.8 3 a 5
2.4 29 a 43
1.2 49 a 64
0.6 68 a 83
0.3 83 a 94
0.15 93 a 98
2.2 – Os agregados graúdos deverão apresentar a seguinte granulação:
Designação Porcentagem do material que passa
das
Peneiras
Abertura mm 64 50 38 25 19 13 9,5 4,8
13 – 4,8 – – – – 100 90-100 40-70 0-5
19 – 4,8 – – – 100 95-100 – 20-55 0-10
25 – 4,8 – – 100 95-100 – 25-60 – 0-10
38 – 4,8 – 100 95-100 – 35-70 – – 0-10
50 – 4,8 100 95-100 – 35-70 – 10-30 – 0-5
38 – 19 – 100 90-100 20-55 0-15 – 0-5 –
50 – 25 100 95-100 35-70 0-15 0 0-5 – –
Nota: As substâncias nocivas terão os seguintes valores máximos admissíveis:
Torrões de Argila ……………………………………………………………………………….0,25%
Seixo Rolado ……………………………………………………………………………………..1,0 %
Brita ………………………………………………………………………………………………….1,5 %
Materiais Carbonosos …………………………………………………………………………1,0 %
3. Traços de Concreto
Para que haja proporção exata entre seus agregados, a dosagem será medida em “peso”.
Fixa-se em 167 lt. De água o fator água/cimento por m3 de cimento. Neste valor está considerado o índice que os agregados secos absorvem de água.
Para que o fator água/cimento não seja alterado, é necessário determinar o teor de umidade da areia. Quando, porém, não for possível determinar tal dado, e desde que não haja inchamento da areia, estima-se em 4% (quatro porcento) o índice da correção. Nestas condições, o volume de água será reduzido neste percentual.
O quadro abaixo fornece a quantidade de cimento a ser empregada/ m3 de concreto usinado, em relação à resistência especificada em projeto.
Resistência
do Concreto
Usinado aos
28 dias
( c) Tensões
de
Ruptura
( r) Fator
Água/Cimento Quantidade
de
Cimento
Saco / Kg Volume
de
Água
Kg – Máximo
do
Agregado
mm
c 28 =
200 Kg/cm2 r =
150 Kg/ cm2 0,53 6,3 315 167 38
c 28 =
240 Kg/cm2 r =
180 Kg/cm2 0,48 6,85 343 167 38
As partículas devem geralmente ter forma cúbica ou esférica, não exercendo as peças em forma de lâminas ou alongadas, a 20% do volume dos agregados, selecionadas por meio de assoalho e divisões fixas.
3.1 – Para determinação correta do traço, adotaremos o seguinte critério, como exemplo:
c 28 = 200 Kg/ cm2 correspondente a r = 150 Kg/ cm2
Para cálculo no traço aumentar 15%
termos então c 28 = 200 x 1,15 = 230 Kg/ cm2
Fator Água/Cimento = 0,53 com:
máximo da pedra …………………………………………………………………… 38 mm
Módulo médio de finura………………………………………………………………. 2,6
Peso específico do cimento ………………………………………………………. 3,14
Peso específico da areia …………………………………………………………… 2,55
Peso específico da pedra ………………………………………………………….. 2,60
Para relação de 1,59 pedra/areia, material seco, teremos:
39% de areia sobre o volume total
61% de pedra sobre o volume total
Para determinação das dosagens:
Água ……………………………………………………………………………………….. 167 1
Cimento
Cimento 167 = 6,3 sacos, onde 6,3 x 50 = 100,3 1
26,5 314
Agregados 1000 – (167 + 100,3) = 732,7 1
teremos:
Areia – 732,7 x 0,39 x 2,55 = 728,7 Kg
Pedra – 732,7 x 0,61 x 2,60 = 1.155,7 Kg
Destas quantidades resultará o peso total do concreto , que é igual à seguinte somatória:
167 + 315 + 728,7 + 1.155,7 = 2.366,4 Kg/ cm3
3.2 – c 28 = 240 Kg/ cm2 = r = 180 Kg/ cm2
c 28 = 240 x 1,15 = 276 Kg/ cm2
Fator Água /Cimento = 0,48
Mantendo-se o mesmo módulo de finura, f máximo da pedra, pesos específicos, fator água/cimento e relação pedra/areia, termos:
água…………………………………………………………………………………………. 167 1
Cimento 167 = 6,96 sacos, onde 6,96 x 50 = 110,8 1
24 314
Agregados 1000 – (167 + 110,8) = 722,2 1
Portanto:
Areia – 722,2 x 0,39 x 2,55 = 718,2 Kg
Pedra – 722,2 x 0,61 x 2,60 = 1.145,4 Kg
Obteremos o peso total da seguinte forma:
167 + 348 + 718,2 + 1.145,4 = 2.378,6 Kg
3.3- Antecederá à concretagem em tempo suficiente para que não ocorra atrasos, a elaboração de três corpos de prova do concreto dosado, de acordo com as proporções dadas.
Proceder-se-á aos testes de resistência para a confirmação de que o traço recomendado atende às exigências.
Executar-se-á também o teste de consistência que deverá apresentar o resultado de 7,5 a 13,0 cm para ambos os traços.
Se o resultado for positivo, os serviços de concretagem poderão ser iniciados. Em caso contrário deverá ser processada a necessária correção, sem modificar o fator água/cimento que é inalterável.
4. Adensamento
Tem por finalidade dar fluidez a desaeração ao concreto, sem aumentar a quantidade de água de amassamento.
4.1 Processo Manual
É o mais simples e somente será empregado em estruturas de pequeno porte.
Utiliza-se uma barra metálica cilíndrica fina, que atravessa e penetra parcialmente no concreto. Usa-se também soquete com golpes superficiais.
Em ambos os casos a concretagem será feita em camadas com 2,20 m de espessura máxima, para que o adensamento seja suficiente.
4.2 Processo Mecânico
De acordo com as características da estrutura poderá ser usado um dos três tipos de vibradores: interno ou de imersão, da superfície e externo , também chemado de vibrador de forma.
Não poderá haver contato do vibrador com a armadura, face aos riscos de se criar vazios ao seu redor.
Os vibradores eletro-magnéticos, ou os movidos a explosão, motor elétrico e ar comprimido deverão ter a freqüência mínima de 4.500 vibrações/minuto.
O tempo de vibração deverá ser controlado em função da plasticidade do concreto e para que não ocorra desagregação ou falhas.
Como referência de duração do período de vibração, considera-se que esta atingiu seu ponto máximo quando o surgimento de ligeira camada de argamassa na superfície do concreto, assim como a quase cessação do desprendimento de bolhas de ar. Deste ponto em diante o efeito da vibração será negativo.
5. Água
Para lavagem de agregados, preparação mecânica e cura do concreto, a água deve ser limpa e livre de óleo, sal, álcalis e qualquer outra matéria orgânica ou prejudicial. A água para consumo doméstico, aprovada por autoridade pública em saúde, pode ser aceita em testes adicionais. Somente será permitido o uso de água proveniente de poços escavados em terreno orgânico, se a massa for aprovada em testes de pega, de resistência à compressão da argamassa e de ataque à armadura.
6. Aço
Somente serão permitidas barras de aço que satisfaçam às especificações brasileiras para barras lisas e torcidas.
O procedimento para recebimento, amostragem e ensaio das barras de aço será efetuado de acordo com as recomendações da ABNT.
7. Aditivos
Quaisquer aditivos somente serão usados após a aprovação da Fiscalização.
A cada 30 m3 de concreto lançado, ou toda vez que houver mudança de um dos materiais ou do traço, deve ser feito um ensaio de resistência à compressão, consistindo na ruptura de pelo menos dois corpos de prova, moldados segundo as especificações da NB-2. A Intarco deve ter conhecimento imediato dos resultados dos exames.
O engenheiro fiscal deve fazer um registro de todos os resultados, a fim de observar o comportamento da média.
8. Resultado dos Corpos de Prova
Observar os seguintes resultados:
Procedência Tensão de Cálculo Idade de Corpo de Prova Tensão Mínima Tensão Máxima Tensão Média
Obra r 150 7 132 218 175
28 188 312 250
r 180 7 157 262 210
28 225 375 300
Usina r 150 7 119 161 140
28 170 230 200
r 180 7 143 193 168
28 204 276 240
As tensões mínimas indicadas, somente serão toleradas se a tensão média se mantiver igual ou superior à especificada.
Caso a tensão média caia abaixo da especificada, adotar medidas imediatas:
a) Aviso ao escritório;
b) Pesquisas das causas prováveis
c) Reformulação do traço quando se t ratar de dosagem racional ou mudança no traço empírico usado, no caso de não ter sido descoberta uma causa específica controlável.
Caso a tensão média se eleve muito acima da especificada, reformular o traço no caos da dosagem racional.
Veja continuação no próximo post
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ATENCIOSAMENTE,
RITA DE CÁSSIA VELOSO