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500 peças de Murano para obra da artista plástica Laura Vinci

molinari

foto Nelson Kon

500 peças  de Murano para obra da artista plástica Laura Vinci. Exposta até final de fevereiro na Capela do Morumbi, “Lux” é formada por cerca de 500 artefatos suspensos por cabos de aço fixados no teto do vão central do edifício.
Com a proposta de convidar os visitantes a um reconhecimento corporal do espaço, a instalação “Lux”, exposta até final de fevereiro na Capela do Morumbi, consiste em 500 peças de vidro Murano, aproximadamente, suspensas por cabos de aço fixados no teto do vão central do edifício. Avaliada em cerca de R$ 90 mil, a obra é assinada pela artista plástica Laura Vinci e tem a colaboração dos mestres-vidreiros Molinari na produção da vidraçaria.


Fundindo as faculdades de artes plásticas contemporâneas e do artesanato tradicional de Murano, a manifestação tem como característica marcante a ocupação do ambiente, redobrada pelo reconhecimento corporal que o visitante é convidado a fazer ao caminhar e visualizar a obra por inteiro.

Em um ambiente bem iluminado, “Lux” revela, por meio e no meio, a arquitetura interna da capela e a beleza da milenar arte italiana de dar vida ao vidro por meio do sopro e do movimento manual.

Este aspecto reafirma a presença do diálogo das criações de Laura Vinci com o espaço construído, ressaltado pelo fato do conjunto acompanhar a forma do edifício, vindo do chão até o teto, já que “Lux” é formada por um arranjo com três formatos distintos de vidros (desenhados pela artista) e pelo acúmulo de peças suspensas em diferentes níveis.

A exposição de “Lux” estará aberta à visitação até fevereiro, de terça a domingo, das 9h às 17h, na Capela do Morumbi, situada na Av. Morumbi, 5.387. Mais informações pelo telefone (11) 3772 4301.

Sobre a artista plástica
Laura Vinci vive e trabalha em São Paulo.  Formou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado e fez seu mestrado na Escola de Comunicação e Artes da USP. Tem participado de várias exposições no Brasil e no exterior. Em 2006, realizou para o Laneway Comissions, em Melbourne, a instalação em escala urbana sob o título de “Clara-Clara”. No ano seguinte expôs no espaço do Octógono da Pinacoteca do Estado e na Galeria Nara Roesler com a exposição “Ainda Viva”. www.lauravinci.com.br

A história do vidro Murano no Brasil

A descoberta do vidro é atribuída aos navegadores fenícios quando eles ascenderam suas fogueiras às margens do Rio Belus e o calor fundiu a areia da praia com pedaços de natrão (carbonato de sódio natural que eles usavam para tingir lã) que foram usados como apoio para esquentar os cozidos. O que se sabe ao certo é que sírios, fenícios e babilônios já trabalhavam com vidro há 4.000 a.C.

Porém, a aplicação do vidro como recipiente para armazenamento surgiu por volta de 1.500 a.C com os egípcios, que usaram o material como embalagem para cosméticos. O uso cotidiano se deu em 100 a.C. com a invenção do tubo de sopro pelos fenícios (novamente) e a massificação dos objetos cristalinos pelo Império Romano nesta mesma época.

Durante a Idade Média, Veneza passou a ser o centro de desenvolvimento do vidro, ganhando tal importância econômica que o Estado italiano chegou a proibir artesões estrangeiros na cidade e posteriormente transferiu toda a produção vidreira para a Ilha de Murano, em 1291. O objetivo era manter em segredo as formulas e técnicas, transmitidas apenas de pai para filho.

No Brasil, a arte italiana teve origem com a chegada do italiano Aldo Bonora em Poços de Caldas/MG, na década de 50, que utilizou a estrutura de uma fábrica de vidro desativada para criar as primeiras peças nacionais no estilo Murano. Foi nesta mesma época que a família Molinari teve contato com a arte italiana.

Ainda muito jovens, Antonio Carlos (11) e Paulo (8) Molinari passaram por todos os setores da fábrica e logo começaram a produzir pequenos bichinhos e peças simples. Com o tempo, consagraram-se como sucessores do mestre italiano e os primeiros mestres-vidreiros brasileiros.

Com o ensinamento “secreto” da arte do Murano e a ajuda de familiares, eles fundaram a primeira empresa nacional, a Cristais São Marcos (1962), que hoje goza dos status de referência em vidros artesanais de Murano e maior fabricante deste tipo de artefato na América Latina, produzindo seis toneladas de produto acabado por dia.

O renome mundial foi conquistado em 2007, quando foram exportados quase 3 mil peças da Cristais São Marcos para a Itália. Além do berço mundial do Murano, a empresa exporta seus produtos para mais 26 países: África do Sul, Alemanha, Angola, Argentina, Bahrain, Bolívia, Canadá, Chipre, Colômbia, Costa Rica, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Grécia, Guatemala, Hungria, Índia, Israel, Japão, Panamá, Paraguai, Portugal, Suíça, U.S.A., Uruguai e Venezuela.

www.cristaissaomarcos.com.br

2 Comentários
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  1. gostaria de receber catálogo de Murano em vidro

  2. Respostas
    eliane arcanjo moreira 25/02/2013 as 17:21

    sou apaixonada pelas penças ; os vasos principalmente

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