Quem nunca se sentiu enganado ao comprar um eletrodoméstico que atire a primeira pedra. Muitas vezes, o transtorno não acaba aí. Depois disso, ainda vem a indesejável falta de iniciativa do SAC da empresa ou mesmo demora no processo de reposição. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) começa a atuar como certificadora em um novo segmento de produtos: o de aparelhos eletrodomésticos, que são agora de certificação compulsória, por força da Portaria nº 371 do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Para determinados produtos, principalmente os elétricos, em que a segurança do consumidor é relevante, organismos governamentais como o Inmetro emitem regulamentos específicos para garantir os devidos níveis de segurança, saúde e sustentabilidade através da Avaliação da Conformidade Compulsória. É o caso dos materiais elétricos de instalação, aparelhos eletromédicos, equipamentos para instalação em ambientes com atmosfera explosiva, equipamentos para telecomunicações e os eletrodomésticos, entre outros.
O diretor da Qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, considera importante a participação da ABNT na certificação dos eletroeletrônicos. “Quando lançamos um programa de avaliação da conformidade de qualquer produto, a acreditação de bons laboratórios de ensaios e de organismos de certificação é decisiva para o sucesso do programa. A ABNT, pelo seu porte e credibilidade, nos ajudará muito na implantação do Programa, nos prazos previstos em nossa Portaria”, afirma. A expectativa do diretor da Qualidade do Inmetro é bastante positiva. Segundo ele, os eletroeletrônicos representam volume significativo, cerca de 12%, nos registros de acidentes de consumo relatados no banco de dados daquele órgão, o que mostra presença significativa de aparelhos eletroeletrônicos inseguros no mercado brasileiro. “A certificação compulsória desses produtos significará que só poderão permanecer no mercado aqueles que demonstrarem atender a requisitos mínimos de segurança estabelecidos nas normas internacionais aplicáveis, devidamente internalizadas pela ABNT”, finaliza.
